Vai valer a pena
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Hoje me sinto numa daquelas comedias
românticas clichês que você chora quando o mocinho e a mocinha se separam no
meio do filme. Acordei com aquela tal dorzinha no coração que incomoda
bastante. Jurei que durante o percurso aguentaria o tranco, mas foi inevitável
quando meu rosto se movimentou naquela expressão de dor aguda para logo em
seguida vir uma lagrima no canto do olho e derramar pelo rosto.
É que hoje bateu saudade. Eu queria
te contar tanta novidade, tanta mudança que eu te imaginei no banco do parque
ao meu lado ouvindo minhas novas histórias. Pareceu tão real que eu até falei
os diálogos. A gente ria sem esforço. A gente era leve. A gente nem viu o tempo
passar. Você me contemplava com aquele olhar sereno e admirado. Enquanto eu
apenas apreciava a oportunidade de estar mais uma vez ao seu lado, fotografando
cada expressão. Tão fácil. Sem nenhuma complicação. Sem nenhum empecilho. Sem
nenhuma diferença.
Eu e você.
Quando o táxi parou no semáforo, eu
vi um garotinho vendendo balas. Ele tinha um sorriso no rosto, apesar do sol
quente e da sua sujeira. Podia ser por conta das brincadeiras de crianças, mas
a aparência era por causa do longo dia. Mesmo assim, o sorriso o acompanhava.
Eu te imaginei criança, com aquele sorriso. É que para mim, mesmo com seus
vinte e tantos anos você sempre foi uma criança. Uma criança no corpo de um
homem. Era assim que eu costumava te chamar algumas vezes.
Depois disso eu me lembrei do
primeiro show juntos. É que numa das principais atrações você pulava como uma
criança que acabou de ganhar o melhor presente. Eu me contagiei tanto com sua
alegria que só conseguia te olhar e rir por sua felicidade. Naquela mesma noite
você me deu uma musica. Na hora que o cantor começou a cantá-la tínhamos saído
para comprar algo para comer. Você me fez sair correndo para achar um
lugarzinho no meio da multidão para prestar atenção na canção. Vai valer a
pena, ela dizia. Valeu...
Valeu pela noite mais estrelada e
cheia de fogos de artifícios. Valeu pelo inesquecível. Valeu tanto que eu ate
fiz uma viagem particular por todas as memórias que eu guardei. Nesse instante,
me pareceu certo deixar a saudade acomodar num canto do lado esquerdo do peito.
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