Quando a gente tem dúvida é melhor ir de vez
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Fonte: Tumblr |
Não doeu quando
eu ensaiei ir embora, mas doeu quando cê pediu pra ficar e eu tive de fazer de
forte pra não voltar atrás. Não doeu quando eu gritei verdades, desengasguei palavras
e vomitei tudo aquilo que tava engolindo, mas doeu quando cê disse que ia
mudar. Doeu quando eu tive que ser duro contigo, porque eu sabia que tava
doendo em você. Não doeu quando eu abri a porta pra ir, doeu quando eu fechei e
deixei você só, lá dentro do que já podíamos ter chamado de nosso. Não doeu ir
embora, mas doeu porque eu também queria ficar. E quando a gente ta em dúvida
se vai ou se fica, é melhor ir de vez.
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Eu não tinha
certeza e entre não ter certeza e deixar eu preferi a segunda opção. É mais cômodo
desistir do que tentar dar certo. E eu tive medo, confesso, do futuro: porque
eu não tava preparado pra amar. Não tava preparado pra receber amor. E você já me
dava amor, mesmo dizendo que não era. Igual naquela vez que levou um pedaço de
bolo pra mim. Quando disse que não tinha planos, mas queria ter. Quando mexia
no meu cabelo e eu vaidoso que só dizia que iria bagunça-lo, mas eu gostava. Gostava
quando sentia seu toque, seus dedos passando por meus cabelos. E gostar me assusta.
E entre gostar e baixar a guarda e permanecer assustado, eu resolvi sentir o
medo. Igual no dia que a gente tava naquele café e eu te perguntei se você queria
que durasse e cê disse que queria. Igual naquele dia que cê disse que eu te
trazia paz. Igual naqueles dias que cê me esperou nos encontros que eu sempre
chegava atrasado. Igual naquele dia que cê disse que agora o objetivo era acreditar
em mim acima de tudo. Eu tive medo do amor.
Você até disse
que achava que tava me amando e eu sabia que seria amor e corri. Porque é isso
que eu faço: corro quando ta mudando, corro a qualquer sinal indicando que eu
to sentindo algo, por menor que seja. Eu corro quando percebo que posso ser
feliz com outra pessoa. Corro porque sou egoísta e gosto de ser só. Eu corri
porque eu sabia que podia ser você e eu não queria admitir isso.
Eu não podia
retribuir o que fazia por mim. Não podia ser a âncora que te segurava nessa
cidade. A Avenida Paulista deve ser incrível e eu sei que cê tava louca pra
conhecer essa cidade. E quando cê tiver no parque Ibirapuera lembra de mim. Sei
que comigo sua liberdade é substituída por gaiola. E eu prefiro pássaros voando
que presos. Acho que eu não sou seu futuro, por isso te dei adeus, mesmo
querendo ficar.
Eu fugi do amor
e desculpa por isso, é que eu não sei amar.
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