Eu não sabia dançar
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Fonte: We Heart It |
E eu dancei com você. Na primeira
noite que saímos e no ultimo dia que te vi. Ao som daquela música do Ed
Sheeran, Thinking Out Loud, talvez eu
tenha te amado. É que na primeira vez você me segurava e me conduzia com tanta
certeza que nossa dança daria certo como se a gente também fosse dar certo. Naquele
dia eu senti alivio e confiança. Alivio por estar em seus braços e uma confiança
porque eu senti que se eu entregasse o meu mundo a você, você trataria de
cuidar dele.
Eu não sabia dançar. Nunca soube, mas
com você não precisava ser a melhor dançarina. Nossos passos saiam tão
perfeitos que parecia tudo ensaiado, mas foi improviso. Assim como foi
improviso amar seus olhos e sorrisos. Lembro que o lugar não era adequado, mas
pra gente era o melhor lugar para estar naquele momento. Não me importei em estar
dançando no meio do nada com pessoas desconhecidas nos observando, só o que me
interessava era você e eu. E de como o dono de alguma casa qualquer soube a
hora certa de tocar a nossa música.
Você segurou minha mão, olhou nos meus
olhos e sem dizer nada eu compreendi que a gente seria. Seria companhia. Seria
certeza. Seria amor. Mas a gente foi quase: quase amor, quase qualquer coisa
menos certeza.
Na ultima dança eu não sabia que seria
a última, mas acho que senti. E eu tropecei no seu pé e cai, mas você não me
ajudou a levantar. Nós paramos de dançar. Eu só queria que você me conduzisse
novamente. Segurasse minha mão e me girasse para terminar o rodopio com um
abraço, ao invés disso você se abaixou, deu um beijo na minha testa e saiu. E eu
olhei enquanto você dava as costas para mim e eu não acreditei que a nossa
dança tinha terminado e nunca mais seria conduzida por você.
Depois desse dia, eu danço Ed sozinha.
No meio da rua, na pista do restaurante, no hotel, no estacionamento do
shopping, alimentando a esperança de que você aparecerá em breve e segurará
minha mão para me conduzir por mais uma e outra, e outra dança. Eu danço todo
dia, mas não é a mesma coisa sem você. Depois do rodopio não tem o abraço, não
tem sua mão segurando a minha, não tem o calor da sua pele, nem seu sorriso,
nem seus olhos. Não tem sua companhia.
Mas você nunca mais voltou.
1 comentários
Olá!
ResponderExcluirQue lindo! Acho que você deveria juntar todos os seus escritos e montar um livro de crônicas! Cada post você me supreende com escritos maravilhosos! Parabéns!!
resenhaeoutrascoisas.blogspot.com